durante toda a década de 1990 o potengi e eu nos encontramos na ponte de igapó. eu dentro do 75 ou 79 indo pro centro ou voltando pro parque das dunas. e ele lá, por debaixo, cheio de olhares que saiam da lotação.
todo dia tinha gente pescando, mergulhando e morando no rio – até trem eu vi passando por cima. e o cheirinho dele já chegava antes mesmo do engarrafamento da ponte.
engraçado que apesar das muitas imagens que tenho do potengi, desconheço o toque das suas águas. não sei se é muito doce ou salgada, se é fria ou quente, ou se é de tomar ou apenas de avistar.
apesar disso, o rio me ensinou o que é estar de um lado ou do outro da ponte. aquilo que une ou divide, que leva e que traz o cansaço do trabalho, ou mesmo em como nossa história comum foi marcada por suas correntes.