Cheirinho de zona norte

Meados de 2006, enquanto frequentava uma escola na Cidade Alta e residia na Zona Norte de Natal, eu realizava quase que diariamente a viagem de ida e volta na linha 75 da Guanabara, que percorria exclusivamente a ponte de Igapó naquela época.

Durante a ida, eu e o grupo de estudantes que sempre ocupavam aquele ônibus costumávamos comprar quatro picolés por um único ticket na parada de Igapó. Atravessávamos a ponte sob o rio animados e felizes com nossos picolés de gelo.

Contudo, a lembrança mais marcante é da viagem de volta. Cansados e desanimados após as aulas, muitos colegas adormeciam no transporte e o indicativo mais forte de que estávamos “na metade do caminho” era o cheiro do mangue durante travessia da ponte. Simultaneamente, vários estudantes despertavam e exclamavam: “hmm, cheirinho de Zona Norte”.

Atualmente, continuo residindo na Zona Norte e realizando diariamente meu percurso pela ponte de Igapó, no entanto, percebo que atualmente o aroma do mangue é mais sutil.