No percurso cotidiano de descer na parada do circular da UFRN e atravessar a passarela para pegar o segundo ônibus para casa, reflexões e afetos múltiplos surgem. Entre 2 shoppings, uma passarela… Tantas realidades entre 2 centros comerciais… E eu ali no meio de tudo isso. Nessas experiências, afetos mais tristes do que potentes perpassam-me. Vivências de uma cidade que pouco me estimula, materializado nesse trecho sobre a Av. Salgado Filho. Essa memória afetiva que tenho construído foi concretizada num poema que criei, aí está o resultado:
Entre shoppings
Eu passo
Ele passa ela
Sem elo
Passarela
Juventudes exatas
Engrenagens bafos
Sobre pesos
Convulsões
Cosmétricos
Carbonos
Naquele rastro de escuro
Esmola cordel esmola
Lixo esmola propaganda
Alastro de sol
Artesanato panfleto esmola chip
Trufágua 2 reais
Sobe sobe
desce desce
Mais desce que sobe
Mesmo que sobe
Ainda baixo
Altura é Mc
iMac
Real realidade
Hambúrguer rei
Cartilha social
Meço
Sou medido
Retroflexo
Realidades
10 25 30 60 centavo
reais
Multi versidades
Tempest sussurra “massacres, massacres, massacres, new shoes”
Veja…
Platelmintos verdes
Sobream os um
por 100
Dentro das cercas
Lá é natal o ano todo!
Cá é Natal todo ano
Cidade-negócio
Direito é caridade
Moralidade
Sócio pelo socio
Corpo desprotegido
Quase insustento
Algo me des-
Me anti-
Me para-
Me a-
rgamassa
Algo me sub-
trai
Passou ela…
sub-,
desço.
março.18